Primeiramente, quadros não devem cair. Se estatelam no chão, é sinal que estão mal pendurados ou há problemas na parede. Se você utiliza pregos, verifique com frequência se estão bem fixados na parede, se não há indícios arenosos no entorno do furo e se não estão entortando com o peso do quadro. Esse controle evitará que eles caiam.

Outro motivo muito comum para a queda das telas é a utilização de pregos muito pequenos, incompatíveis com o tamanho e peso dos quadros. Em algumas situações, o ganchinho existente no verso da moldura também é pequeno demais ou tem com pouca área de contato com o prego – o que faz com que fiquem praticamente equilibrados na parede. Nesses casos, qualquer vento leve pode levar o objeto ao chão em segundos.

Se o seu apartamento é alugado, e não permite a instalação de quadros por conta dos furos, ou muito antigo, a ponto de as paredes serem frágeis e arenosas para receberem pregos, a solução é usar uma fita adesiva dupla face de alta fixação. Neste caso, o que vai evitar que os quadros caiam é a quantidade e o tipo de fita utilizada. Quadros muito grandes pedem fitas mais grossas e aplicadas em maior quantidade. Nas telas menores é possível utilizar uma fita mais fininha, apenas nos cantos. De tempos em tempos, é importante averiguar a fixação e, caso verifique um mínimo de descolamento, pressionar as áreas onde estão as fitas de forma a fortalecer o contato é fundamental.

O prejuízo de ter um quadro quebrado ou rasgado por conta da queda é muito maior do que tirar um tempo na rotina para levar em consideração todos esses cuidados. Não é fácil restaurar uma moldura, e menos ainda resgatar uma tela. Fora os estragos que podem ocorrer também na parede.

Se o pior já aconteceu, as providências irão depender de quais partes foram danificadas. Vidro quebrado é o menor dos problemas. Qualquer vidraçaria está apta a cortar uma nova peça, independentemente do tamanho e de quantos milímetros o vidro tenha. Já a moldura de madeira lascada ou trincada dará um pouco mais de trabalho.

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Inicialmente, no caso da quebra, una as partes quebradas com cola específica para madeira e aguarde o tempo de fixação solicitado na embalagem. Depois use uma lixa 60 para retirar todo o verniz, a tinta e deixar as partes homogêneas. O mesmo processo serve para as áreas lascadas. O lixamento permitirá a correção. Por fim, a moldura estará suficientemente porosa para receber a tinta PVA à sua escolha. Cores mais escuras disfarçam melhor os defeitos.

Se a queda danificou a tela em si, nem todos os casos terão solução. Telas de papel uma vez rasgadas não podem ser reconstituídas de forma satisfatória. Como dizem os antigos, a emenda sai pior que o soneto. O ideal é comprar um novo pôster para substituir o antigo – dando inclusive nova cara ao cantinho onde antes havia o quadro que estragou.

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Para telas em tecido, o trabalho de restauração é custoso e oneroso. Somente um profissional gabaritado está apto a fazer a emenda das partes sem perder as características originais da tela. É preciso recuperar várias camadas, como a base – normalmente feita com tinta acrílica ou a óleo, a pintura propriamente dita e o acabamento – normalmente feito em verniz. Além disso, é preciso driblar as dilatações e ressecamentos que a obra sofreu ao longo do tempo em sua casa antes de cair no chão. Por isso, o processo é caro e demorado.