José Ferraz de Almeida Júnior foi um dos mais importantes pintores do período imperial no Brasil e também um dos primeiros a retratar em suas telas o povo em sua simplicidade, sendo um dos precursores do estilo regionalista.
Nascido em oito de maio de 1950, na cidade de Itu, interior do estado de São Paulo, Almeida Jr. demonstrou desde cedo sua aptidão para as artes. Seu primeiro incentivador foi o padre Miguel Correa Pacheco, que arrecadou fundos para que o artista fosse estudar no Rio de Janeiro. Em 1869 deu início aos seus estudos na Academia Imperial de Belas Artes, onde foi aluno de Jules Le Chevrel, Victor Meirelles e Pedro Américo. Após a conclusão dos estudos, retornou a Itu e abriu seu ateliê onde trabalhou como pintor e retratista.
No ano de 1876, impressionado com o trabalho de Almeida Jr., o Imperador D. Pedro II custeou uma viagem do artista para a Europa com a intenção que aperfeiçoasse seus estudos. Em Paris, o artista se matriculou na École National Supérieure des Beaux-Arts, onde foi aluno de Alexandre Cabanel e de Lequien Fils. Nessa época, Almeida Jr. participou de quatro edições do Salon de Paris entre os anos de 1879 e 1882. Esse também foi um dos mais preciosos períodos na vida do artista, pois dele provêm diversas de suas obras primas como as telas O Derrubador Brasileiro (1879) e Remorso de Judas (1880).
Após seu regresso ao Brasil, em 1882. O artista realizou sua primeira mostra individual na Academia Imperial de Belas Artes, exibindo suas obras pintadas em Paris. No próximo ano, Almeida Jr. abre seu ateliê na capital São Paulo, onde pintou retratos de importantes personalidades da época, tornando-se consagrado e recebendo diversas honras como o título de Cavaleiro da Ordem da Rosa, concedido pelo governo imperial em 1884.
Nos próximos anos, Almeida Jr. viajou mais três vezes para a Europa, uma dessas viagens na companhia de seu aprendiz Pedro Alexandrino. Sua morte ocorreu prematuramente, no dia 13 de novembro de 1899, quando foi apunhalado pelas costas por seu primo, José Almeida Sampaio, que havia descoberto um romance que existia há anos entre o artista e sua esposa Maria Laura, figura cujas expressões estão presentes em vários de seus quadros com personagens femininos.
Entre as mais importantes obras deixadas por Almeida Jr. estão As Lavadeiras (1875), Caipira Picando Fumo (1893), Amolação Interrompida (1894) e O Violeiro (1899).