Dando continuidade a nossa série sobre os maiores pintores da história e suas obras, hoje falaremos de outro importante artista modernista brasileiro: Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di Cavalcanti.

di-cavalcanti

Nascido na cidade do Rio de Janeiro ainda no ano de 1897, Di Cavalcanti começou a tornar-se conhecido ao começar a fazer ilustrações para a antiga revista Fon-Fon. Na época, suas caricaturas e charges políticas já faziam um enorme sucesso. Em 1916 mudou-se para São Paulo onde começou a estudar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Foi também nessa época que começou a pintar e começou a frequentar o ateliê de Jorge Elpons, como era conhecido o pintor alemão que vivia no Brasil, e fez amizade com Mário e Oswald de Andrade.

Di Cavalcanti também se tornou muito conhecido por idealizar e organizar a Semana da Arte Moderna, em 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Na ocasião, criou vários desenhos que serviram para a divulgação do evento.

Semana_de_arte_moderna_1922

No ano seguinte começou a viajar para o exterior, sendo a Europa o seu primeiro destino. No continente participou de diversos eventos e expos suas obras em diversas cidades como Londres, Berlin, Amsterdã e em Paris. Conheceu importantes pintores da época, inclusive Pablo Picasso.

Ao retornar ao Brasil no ano de 1926, Di Cavalcanti deu início a sua carreira política, ingressando no Partido Comunista. Nos anos seguintes continuou viajando e pintando. Criou painéis para a decoração do Teatro João Caetano no Rio de Janeiro e participou de exposições coletivas no Brasil e em países do exterior.

mulata

Di Cavalcante foi perseguido e preso em 1932 durante a Revolução Constitucionalista. No ano de 1936 precisou esconder-se com sua esposa, Noêmia Mourão, na Ilha de Paquetá, mas ambos acabaram presos. Nos anos seguintes retornou a Paris e recebeu a Medalha de Ouro pela belíssima decoração feita no Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira.

Além de suas pinturas, ao longo de sua vida Di Cavalcante também ilustrou livros de Vinícius de Morais, Jorge Amado e Álvares de Azevedo. Criticou o abstracionismo com todas as suas forças e passou por momentos de crise. Também recebeu um convite do arquiteto Oscar Niemeyer para participar de projetos na cidade de Brasília e pintou as estações da Via-Sacra que fazem parte da Catedral Metropolitana de Brasília.

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Os últimos anos da vida de Di Cavalcanti foram muito movimentados. Ele recebeu a Medalha de Ouro na Bienal Interamericana do México, local em que também ganhou uma sala especial para suas obras. Participou de diversas exposições internacionais e chegou a ser indicado para o cargo de adido cultural na França, cargo que não chegou a ocupar devido ao Golpe de 1964. Também lançou um livro, desenhou joias, candidatou-se a uma vaga na Academia Brasileira de Letras, recebeu o título honorífico de doutor pela Universidade Federal da Bahia e comemorou seus 75 anos de idade em sua cidade natal.

Di Cavalcante faleceu em 26 de outubro de 1976 e até hoje muitas exposições são organizadas para homenageá-lo em todo o Brasil. Agora que você conhece um pouco mais sobre o artista, conheça também algumas de suas principais obras e inspire-se!

 pierretePierrete – 1922

sambaSamba – 1925

5mocas(alt)Cinco moças de Guaratinguetá – 1930

dicavFamília na praia – 1935

Vênus-–-1938Vênus – 1938

Abigail, Di cavalcanti (1947) Abigail – 1947

014_tempos_modernos Tempos Modernos – 1961

duas_mulatas_3Duas Mulatas – 1964

normal_di_musicosMúsicos – 1963

baile(alt) Baile Popular – 1972

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