Bela-Anita-Malfatti

Nascida na cidade de São Paulo, ainda no ano de 1889, Anita Malfatti é bastante conhecida por ser uma das pioneiras no movimento modernista brasileiro. Durante sua vida foi pintora, desenhista, gravadora e também se dedicou a dar aulas.

Seu envolvimento no mundo das artes se iniciou ainda muito cedo já que, após o falecimento de seu pai, Samuele Malfatti, sua mãe, Betty Krug viu-se obrigada a dar aulas particulares de idiomas, desenho e pintura para garantir o sustento da família. Foi nessa época que, com o apoio financeiro de seu padrinho, Anita foi para Berlin onde, em 1911, matriculou-se na Academia Real de Belas Artes. Essa era uma época em que o modernismo alemão estava em alta e Anita logo se identificou com aquele estilo de arte rebelde e inovador.

Com a tensão causada pela guerra na Europa, Anita retornou para o Brasil no ano de 1914, quando também organizou sua primeira exposição individual com a intenção de pleitear uma bolsa de estudos junto ao Pensionato Artístico do Estado de São Paulo. Porém suas obras receberam duras críticas e a bolsa não foi concedida.

Mais tarde Anita Malfatti foi estudar nos Estados Unidos onde estudou na Art Student’s League, escola que abandonou após três meses de estudo por considerá-la muito conservadora. Também nesse país, Anita estudou na Independent School of Art, local em que teve como professor o consagrado artista norte-americano Homer Boss. Nessa escola Anita pode dar asas a sua criatividade e durante as aulas de Boss pintou algumas de suas obras primas, como o quadro intitulado “O farol” (1915). Esse foi um dos períodos mais produtivos na vida de Anita, pois passava horas pintando ao ar livre em uma ilha de pescadores isolada na fronteira do Canadá.

O Farol, 1915

Após seu retorno ao Brasil, em 1916, Anita resolveu mostrar as inúmeras obras que pintara para seus parentes e pessoas mais próximas. As pinturas não agradaram e isso causou uma grande tristeza para todos. Mesmo assim, em 1917, a artista organizou sua segunda exposição individual, que recebeu críticas ainda mais severas e de grandes nomes como Monteiro Lobato, na época crítico de arte. O artigo intitulado “A propósito da exposição Malfatti” gerou uma grande reviravolta na vida de Anita, que chegou a ver algumas de suas obras quase destruídas a bengaladas e chegou a entrar em depressão.

O Barco, 1915

O Barco, 1915

Mas alguns artistas importantes da época como Mário e Oswald de Andrade, possuídos pelo desejo de mudança no meio artístico, partiram em apoio a Anita Malfatti, que retornou seus estudos no ano de 1919, quando também conheceu a consagrada artista Tarsila do Amaral. Em 1922, ao lado desses artistas, participou da Semana de Arte Moderna de São Paulo, expondo 22 obras muito bem recebidas pelo público.

A estudante russa, 1915

A estudante russa, 1915

Nos anos seguintes, Anita Malfatti retornou para a Europa e continuou seus estudos artísticos. No fim da década de 1920 retornou ao Brasil e se tornou professora na Escola Normal do Mackenzie College. Abriu um ateliê em sua casa no bairro de Higienópolis e começou a dar aulas de pintura. Anita faleceu em 1964 deixando um importante e precioso legado para a arte brasileira, visto que seu estilo de pintura, rejeitado no princípio, com o passar do tempo foi adotado por toda uma geração de artistas e continua até hoje a inspirar novos talentos.

Uma estudante,1915-1916

Uma estudante,1915-1916